COM INFORMAÇÕES DO PORTAL SENA 24HORAS
Sem nenhuma prisão registrada, nenhum acidente de trânsito ou atendimento feito pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) por conta do aglomerado de pessoas, milhares caminharam pelas ruas de Rio Branco em uma eclética marcha contra a corrupção, no intitulado Dia do Basta. Ao som de músicas como alegria, alegria!, do cantor baiano Caetano Veloso, os manifestantes caminharam pelas principais ruas da Capital.

Estima-se que cerca de 20 mil pessoas munidos de cartazes , faixas e apitos compareceram ao ato, que foi essencialmente organizado através das redes sociais, a exemplo do que tem acontecido em outras capitais brasileiras.

Sem a presença de nenhum político com mandato ou lideranças petistas munidas de faixa, a multidão começou a se formar nas primeiras horas da tarde em frente ao Palácio Rio Branco. Com gritos de ordem como “ Fora PT”, “A educação precisa melhorar”, “Polícia, Polícia, Polícia Federal, prende todo mundo pra nação ficar feliz” e “ chega de corrupção”, os manifestantes cumpriram o trajeto previamente divulgado, que incluía passagem pela ponte Juscelino Kubistch, fazendo retorno pela ponte Sebastião Dantas para seguir por outras avenidas da cidade, sendo encerrada na Praça da Revolução, em frente ao quartel da PM.


A multidão que começou a se formar nas primeiras horas da tarde em frente ao palácio Rio era formada por pessoas de todas as idades e cantaram também gritos de “justiça igual para todos”, entre outras palavras de ordem.

Os cartazes manifestavam os mais diferentes anseios e petições. Alguns bem inusitados como o da assistente de produção Neyelly Brilhos que com bom humor e vivacidade um cartaz contra o projeto “ Cura Gay”, que tramita na Câmara dos Deputados. A proposta revoga dos trechos da Resolução nº 1/99 do Conselho Federal de Psicologia (CFP), que proíbe os profissionais da área de participar de terapia para alterar a orientação sexual e de atribuir caráter patológico (de doença) à homossexualidade.

Neyelly protestou em grande estilo contra o projeto, de autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), aprovado na Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) na última terça-feira (18). O cartaz exibia a seguinte frase: Cura gay? Não sou doente. Sou feliz!

Protesto de todas as formas
Os manifestantes que compareceram a marcha do Dia do Basta não seguiram um script de protesto. Era possível ver pessoas das mais diferentes idades misturar-se por causas diferentes, cartazes multicoloridos embalados pela mesma necessidade de dar vazão as suas frustrações.

A estudante Gabriela Mercado, 17 anos, estudante universitária, exibia um cartaz onde estava escrito “ Mais educação, menos corrupção”. Do mesmo lado da rua seguia o senhor Adriano Macedo, 56 anos exibia um cartaz pedindo que o filho seja tratado na mesma medida de justiça que os envolvidos na operação G7.
“Sobrinho do governador - livre. Adriano Filho, 19 anos, pobre-presos há oito meses”, dizia o cartaz.
Gabriela Mercado e Adriana Macedo não dividem nada de comum no dia a dia, mas se uniram em torno da necessidade de protestar a favor de um sistema mais justo e que trate a todos com igualdade.
Adriano Macedo afirmou à Agência ContilNet que deseja apenas um Estado e uma lei que trate a todos com igualdade.

“Meu filho é réu primário, estudante e tem residência fixa, mas ele continua preso porque é pobre e não podemos pagar um advogado. Há oito meses meu filho está preso e o sobrinho do governador mal passou uma semana. Meu filho já sofreu muito lá dentro. Ele foi até violentado”, declarou.

Gina Menezes, da Agência ContilNet
