Com apenas 3 das 13 cadeiras na comissão do Senado, oposição tenta viabilizar uma CPI mista, com a presença de deputados e senadores
Laryssa Borges, de Brasília
CÃES DE GUARDA – José Pimentel (PT-CE) e Vital do Rêgo (PMDB-PB): escalados pelo governo para controlar a CPI da Petrobras (Geraldo Magela/Agência Senado)
Com apenas três das treze cadeiras na comissão do Senado, a oposição ainda tenta emplacar uma CPI mista, com deputados e senadores, também destinada a apurar irregularidades na estatal petroleira. A avaliação é que, como na Câmara a base da presidente Dilma Rousseff é mais instável, o governo teria mais dificuldade em tutelar a comissão. PSDB e DEM chegaram a se recusar a indicar membros para a CPI do Senado, o que levou o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), a escolher pessoalmente ontem os representantes da oposição.
Dos três senadores apontados por Renan – Cyro Miranda (PSDB-GO), Lúcia Vânia (PSDB-GO) e Wilder Morais (DEM-GO) – os dois últimos já declinaram da indicação. Com isso, o presidente do Senado deverá apontar novos nomes para compor o grupo de investigação.
Ao longo de 180 dias, caberá à CPI apurar irregularidades envolvendo a Petrobras ocorridas entre 2005 e 2014, a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, além de suspeitas de lançamento de plataformas inacabadas, pagamento de propina a funcionários da petrolífera e indícios de superfaturamento em obras.
Ainda nesta quarta-feira, a CPI da Petrobras no Senado pretende se reunir para aprovar o plano de trabalho e os primeiros requerimentos para ter acesso a documentos e ouvir autoridades ligadas à empresa.
Pela manhã, o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli adiou a audiência na Câmara sobre a compra da refinaria de Pasadena.
FONTE: VEJA