
Desempregados devem chegar a 203 milhões este ano, aponta relatório. Para 2019, 213 milhões não terão trabalho no planeta, prevê organização.
Este ano, cerca de 3,2 milhões de pessoas devem ficar sem emprego no mundo (Foto: Arquivo AFP)
Cerca de 3,2 milhões de pessoas devem ficar desempregadas em todo o mundo em 2014, fazendo com que o número acumulado de indivíduos sem trabalho no planeta suba para 203 milhões, segundo cálculos divulgados na segunda-feira (26) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Em relação ao percentual de pessoas desempregadas, a OIT prevê que ele se mantenha estável até 2017, em torno de 6% da população economicamente ativa.
Durante os próximos cinco anos, 90% dos empregos serão criados em países emergentes e em desenvolvimento, o que é positivo, pois a OIT considera que essas economias necessitarão gerar 200 milhões de novos empregos - dos 213 que serão necessários no mundo todo - "para fazer frente a uma população economicamente ativa cada vez mais numerosa".
Isso significa que os países em desenvolvimento deverão criar 40 milhões de empregos por ano, o que, segundo a OIT, terá um impacto significativo sobre os fluxos migratórios.
Isso ocorrerá devido a um aumento no fluxo de imigração no eixo Sul-Sul, mas também será acentuada a incipiente tendência de mais emigrantes de países ricos em nações em desenvolvimento com economias em ebulição.
Em relação aos dados, o relatório mostra que um total de 231,5 milhões de pessoas viviam em 2013 em um país diferente do seu de origem.
Um dos aspectos positivos destacados pela OIT é que o processo de convergência econômica entre os países em desenvolvimento e as economias desenvolvidas "ganhou impulso".
Entre 1980 e 2011, a renda per capita nos países em desenvolvimento aumentou 3,3% ao ano, em média, um número muito superior ao aumento médio de 1,8% registrado nas economias desenvolvidas.
Os países que mais progressos alcançaram são os que investem em "empregos de qualidade", segundo a OIT, que destacou que "as nações que tiveram sucesso especial em reduzir o efeito do emprego vulnerável no início da década de 2000 registraram um notável crescimento econômico após 2007".
Os economistas da OIT destacaram que nos países nos quais o número de trabalhadores pobres diminuiu mais fortemente desde o início da década de 2000, a renda por habitante aumentou 3,5% em média entre 2007 e 2012.
No caso das nações em que, desde o princípio da década de 2000, a redução de trabalhadores pobres foi menor, a renda per capita aumentou apenas 2,4%.
Apesar dessas tendências positivas, mais da metade dos trabalhadores do mundo em desenvolvimento, cerca de 1,5 bilhões de pessoas, se encontram em situação trabalhista vulnerável.
A OIT calcula que cerca de 839 milhões de trabalhadores nos países em desenvolvimento ganham menos de US$ 2 por dia. Diante dessa realidade, para a OIT é fundamental promover uma capacidade produtiva diversificada, "ao invés de se limitar à liberalização do comércio".
A OIT acredita também que "é preciso fortalecer as instituições do mercado de trabalho, ao invés de ignorar as normas aplicáveis", e que se deve utilizar a proteção social para promover o emprego de qualidade e o desenvolvimento, "não unicamente como rede de segurança para a população mais desfavorecida". Além disso, deve-se garantir uma "evolução equilibrada da renda para evitar os prejuízos que acarretam as desigualdades", reivindicou a organização em seu relatório.
De fato, destacou que a desigualdade de renda cada vez maior "é um fato" que não afeta somente às nações em desenvolvimento, mas também os países desenvolvidos.
FONTE G1
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